ISC - Idealizado em 1993, o Instituto Salerno-Chieus nasceu como organismo auxiliar do Colégio Dominique, instituição particular de ensino fundada em 1978, em Ubatuba - SP. Integrado ao espaço físico da escola, o ISC tem a tarefa de estimular a estruturação de diversos núcleos de fomento cultural e formação profissional, atuando como uma dinâmica incubadora de empreendimentos. O Secretário Executivo do ISC é o jornalista e ex-prefeito de Ubatuba Celso Teixeira Leite.
O Núcleo de Documentação Luiz Ernesto Kawall (Doc-LEK), coordenado pelo professor Arnaldo Chieus, organiza os documentos selecionados nos diversos núcleos do Instituto Salerno-Chieus (ISC). Seu objetivo é arquivar este patrimônio (fotos, vídeos, áudios, textos, desenhos, mapas), digitalizá-los e disponibilizá-los a estudantes, pesquisadores e visitantes. O Doc-LEK divulga, também, as ações do Colégio Dominique.

LEK - Luiz Ernesto Machado Kawall (1927-2024), jornalista e crítico de artes, foi ativo colaborador do Instituto Salerno-Chieus (ISC) e do Colégio Dominique. É um dos fundadores do Museu da Imagem e do Som de São Paulo e do Museu Caiçara de Ubatuba.

13 novembro 2016

Núcleo de Administração Luiz Bersou

O custo da burocracia no Brasil

Luiz Bersou

A questão do crescimento econômico no Brasil continua como sempre, um discurso não efetivo, onde se tem muito mais torcida por melhoria de resultados do que ações efetivas para construir o futuro que queremos.

Uma das questões que nos incomoda é a de que toda perspectiva de promoção de crescimento é colocada nas mãos do governo. É certo? É errado?

O que podemos observar: nos diversos paises em que a taxa de crescimento do PIB é superior aos 12% anuais, vê-se sim a ação do estado, mas muito mais a ação daqueles que acreditam no país, empresários e sociedade. Olhamos nos olhos de ucranianos, chineses, bielo-russos e de empresários de vários outros países e vemos luz, vontade e disposição para construir o futuro.

E no Brasil? Os empresários estão muito mais ocupados em consertar o passado e sustentar o presente do que construir o futuro. Por quê? Por que os governantes nos impuseram um país muito complicado. Por esta causa, os olhos de nossos empresários não brilham como lá fora.

Há anos comento que trabalhei para uma multinacional no Brasil que faturava 400 milhões de dólares/ano. Para fazer a gestão administrativa e financeira destes 400 milhões havia cerca de 30 colaboradores. Trabalhei em seguida em uma empresa em Grenoble na França que também faturava 400 milhões de dólares/ano. Para fazer a gestão financeira e administrativa empregava duas pessoas.

Em um mundo globalizado, onde estas duas empresas se encontram, uma está com 28 empregos falsos, mais toda a dor de cabeça de ter que administrá-los.

Recentemente tive acesso a um artigo do professor Ives Gandra. Ele comprova a minha experiência citando estudo da Price, pesquisa em relação a 175 países, onde se mostra que o Brasil é campeão absoluto em custos por exigências tributárias: gastamos em média 2.600 horas por ano. No outro lado da escala, Inglaterra e Alemanha com 105 horas, Nova Zelândia com 70 horas, Suíça com 68 horas, Cingapura com 30 horas e Emirados Árabes Unidos com 12 horas por ano.

O que mostra o estudo? Temos 24 vezes mais custos do que Alemanha e Inglaterra. Se eles podem trabalhar com 105 horas, significa que nós também podemos. O resto é emprego falso que não conduz a nada. Não faz o Brasil crescer.

Como começar a reagir? Primeiro precisamos estabelecer que evoluir até o padrão da Alemanha ou Cingapura, mais do que um objetivo que temos pela frente, temos sim um caminho a percorrer.

Se tentarmos resolver estas questões via congresso nacional e mesmo governos de estado, vamos receber um sonoro não pela frente, pois é de interesse deles manter o status quo. Temos então que achar outros caminhos, mesmo que sejam mais longos. Temos que construir o caminho da cultura da simplificação, para desta forma transformarmos o emprego falso em emprego produtivo.

Onde estão as empresas? Nos municípios! Que tal estabelecermos como um dos objetivos de relacionamento com os municípios onde estamos uma simplificação dos processos tributários, de fiscalização, de informação, enfim de modernização?

Faz sentido, isso? É impossível mudar ou apenas dá trabalho?

Vamos mudar juntos? É mais fácil do que se pensa.

Fonte: www.luizbersou.blogspot.com em 22/11/2007

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