TALVEZ seja o menor museu
do mundo: mede apenas 4 m por 6 m. Não tem guardas de segurança, não cobra
ingresso e só abre aos sábados, domingos e feriados. É assim o Museu do bairro
do Tenório, em Ubatuba, São Paulo, onde o jornalista Luiz Ernesto Machado
Kawall reuniu peças, documentos e fotos antigas que foi recolhendo durante 30
anos, praticamente desde que construiu sua casa nas proximidades da praia do
Tenório.
A intenção do jornalista:
a preservação da memória e da cultura caiçara em geral. “Ubatuba é, hoje, uma
cidade que não guarda quase nenhum vestígio do seu passado, inteiramente
submissa à influência externa depredatória do turismo de massa”. Seu museu
comunitário é um local onde os jovens podem ver os retratos dos velhos
pescadores e dos caiçaras que formaram o bairro; os documentos que testemunham
os tempos antigos; e apreciar peças utilitárias – ferros de passar, anzóis,
panelas, máquinas de moer cana, café e milho, lamparinas, remos, cestaria, etc.
– que hoje não são mais usadas, mas que faziam parte da rotina das antigas
famílias da região. Há também uma coleção de recortes de jornais que tratam do
bairro.
Em matéria de museus,
aliás, Luiz Ernesto Machado Kawall não é neófito. Na sua casa de São Paulo, no
bairro de Pinheiros, funciona um outro museu: ex-votos, quadros de pintura
primitiva, cerca de 500 xilogravuras nordestinas e aproximadamente quatro mil
livretes de cordel. Foi o jornalista, também, um dos incentivadores e o
principal fundador do Museu da Imagem e do Som de São Paulo, durante o Governo
Roberto Costa de Abreu Sodré.
SELEÇÕES do Reader’s
Digest
Junho 86
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