INDEFINIDO
João Paulo Naves Fernandes
Não entendo
meu coração,
desperta
dorme,
esquenta
esfria,
comove-se,
é indiferente.
O que gostaria
que fosse,
não é,
segue rumo próprio.
Estranhamente
guarda o tempo
em envelopes;
são abertos
tardiamente,
quando não resolve
na hora...
Outros,
sequer são abertos,
nem mesmo eu
arrisco abri-los.
Há ocasiões
em que finge-se
de morto;
é imenso o esforço
para revivê-lo,
nunca volta
como antes,
precisa começar
tudo de novo.
Há períodos
de extrema formalidade,
semelhante às badaladas
de um relógio de corda,
faz tudo conforme
o sistema estabelece,
parece não sofrer .
Hoje não sei,
quem sabe desperte,
quem sabe durma...
ou aqueça,
esfrie,
sei lá...
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