ATÉ BREVE
(em memória aos que,
de fato, não foram)
João Paulo Naves Fernandes
Certas ausências
nunca morrem,
ficam nos interpelando
os dias que se vão,
como se continuassem.
Certas ausências
são mais que presenças,
dão opiniões,
sorriem de nossos erros,
compreendem.
Nos dias quentes
de verão, as vezes
nos despedem
de suas ausências,
e retornam
vagarosamente
até a primavera,
quando parecem
estar ao nosso lado.
Quando vemos,
o tempo
já se esgotou
a lembrança
é quase um reencontro.
Nunca digo adeus
a quem foi,
mas até breve.
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